Explore a trajetória do general iraniano Mohammad Bagheri, comandante das Forças Armadas do Irã até 2025, seu papel estratégico desde a Guerra Irã-Iraque, sua participação em conflitos no Oriente Médio, e as sanções internacionais militares aplicadas contra ele. Um relato envolvente e informativo, que revela como Bagheri moldou a defesa do Irã e se tornou uma figura emblemática na política militar do país, incluindo seu impacto nas tensões globais envolvendo sanções e conflitos regionais.
Quem é Mohammad Bagheri?
Mohammad Bagheri foi uma figura central nas forças armadas do Irã, conhecido por seu papel estratégico e influência militar. Nascido em 1960, Bagheri entrou para o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) em 1980, logo no início da guerra Irã-Iraque, conflito que marcou profundamente sua carreira e visão militar.
Com formação avançada, ele detinha um doutorado em geografia política e também atuou como professor na Universidade Suprema Nacional de Defesa do Irã, onde transmitia seu conhecimento sobre táticas militares e inteligência. Essa combinação de prática no campo e conhecimento acadêmico fez dele um líder respeitado tanto dentro quanto fora das forças armadas.
Bagheri era reconhecido não apenas por sua experiência em operações militares convencionais, mas também por sua expertise em inteligência militar — área crucial para o planejamento e execução das ações estratégicas iranianas. Assim, ele estava profundamente envolvido nas decisões que moldaram a postura militar do Irã nas últimas décadas.
Além disso, Mohammad Bagheri esteve na linha de frente das tensões regionais e internacionais. Ele foi uma figura chave nas operações do IRGC relacionadas à Síria e ao apoio a aliados regionais, além de supervisionar avanços significativos no programa de mísseis balísticos iraniano.
Sua trajetória incluiu momentos polêmicos: foi sancionado por vários países devido ao seu papel no fornecimento de drones para a Rússia durante o conflito ucraniano e por sua atuação contra protestos internos. Mesmo com essas controvérsias, Bagheri manteve uma postura firme contra as potências estrangeiras, especialmente os Estados Unidos.
Em resumo, Mohammad Bagheri foi mais que um general; era um estrategista influente cuja vida refletiu os complexos desafios enfrentados pelo Irã moderno.
Carreira Militar e Influência
Mohammad Bagheri teve uma carreira militar marcada por um forte empenho em inteligência militar e operações estratégicas. Ingressou no Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) em 1980, durante a turbulenta Guerra Irã-Iraque. Seu conhecimento técnico e visão geopolítica o levaram a se tornar um especialista em inteligência militar, além de conquistar um doutorado em geografia política.
Subindo na hierarquia, Bagheri desempenhou papéis fundamentais nas estruturas de comando das Forças Armadas do Irã, chegando a ocupar o cargo de Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de 2016 até sua morte em 2025. Uma curiosidade é que ele também foi professor na Universidade Suprema de Defesa Nacional do Irã, contribuindo para a formação das futuras lideranças militares do país.
Sua influência ia muito além da simples liderança militar: Bagheri fazia parte de um grupo restrito que controlava as operações mais sensíveis do país — desde planejamento estratégico até guerra irregular e segurança interna. Essa elite militar moldava as decisões de defesa e as estratégias políticas iranianas, mostrando como seu papel era crucial para o país.
Bagheri não foi apenas um comandante no campo; sua capacidade política dentro das Forças Armadas fez dele uma figura central na modernização do exército iraniano. Ele coordenou programas importantes como o avanço do desenvolvimento dos mísseis balísticos e promoveu alianças táticas que ampliaram a presença do Irã na região.
Em suma, Mohammad Bagheri não foi só um general no campo de batalha, mas sim uma peça-chave na arquitetura estratégica e política das forças armadas iranianas, cuja influência reverberou em múltiplas frentes militares e geopolíticas.
Envolvimento Internacional e Operações
Mohammad Bagheri desempenhou um papel significativo nas operações internacionais do Irã, especialmente na sua atuação estratégica no Oriente Médio. Como chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, ele foi fundamental na coordenação de ações militares que ultrapassaram as fronteiras iranianas, visando fortalecer a influência do Irã em diversos países da região.
Uma das marcas do envolvimento internacional de Bagheri foi seu apoio às milícias aliadas ao Irã em países como Síria, Iraque e Líbano. Ele supervisionou o envio de conselheiros militares e o fornecimento de treinamento e equipamentos para grupos como o Hezbollah e outras forças paramilitares que apoiam os interesses iranianos. Essa atuação evidenciou a estratégia de “guerra por procuração” adotada pelo Irã, onde forças locais recebem suporte para ampliar a presença política e militar iraniana.
Além disso, Bagheri esteve à frente do planejamento e execução de operações que buscaram conter avanços dos grupos opositores ao governo sírio durante a guerra civil daquele país. Para ele, essas ações não eram apenas exercícios militares, mas parte de uma visão estratégica para preservar o eixo de resistência contra os Estados Unidos e seus aliados na região.
Sua experiência em inteligência militar permitiu uma coordenação eficaz dessas operações complexas, garantindo que as ações fossem sincronizadas com os objetivos políticos do governo iraniano. A capacidade de Bagheri em integrar informações estratégicas com operações práticas consolidou sua reputação como um comandante habilidoso em ambientes multilaterais e conflitantes.
Esse envolvimento internacional também aumentou a visibilidade de Bagheri no cenário global, mas trouxe consigo desafios políticos e diplomáticos que resultariam em sanções internacionais — tema que será abordado no próximo capítulo.
Sanções Internacionais e Polêmicas
Mohammad Bagheri não apenas desempenhou um papel central nas operações militares do Irã, mas também esteve no epicentro de sanções internacionais e controvérsias que marcaram sua carreira. Em 2019, o governo dos Estados Unidos designou os Guardas Revolucionários do Irã como uma organização terrorista estrangeira, movimento que elevou o perfil de Bagheri na arena global. Sua resposta foi direta e dura: chamou as tropas dos EUA na região de “terroristas” e prometeu enfrentá-los vigorosamente.
Mais tarde, em 2022, após a repressão severa aos protestos no Irã durante as manifestações pela morte de Mahsa Amini, Bagheri foi sancionado por países como os Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. Essas sanções foram consequência das ações do regime iraniano para conter a dissidência interna, reforçando o papel controverso do general na manutenção do poder político-militar no país.
Outro ponto polêmico ocorreu com seu envolvimento no fornecimento de drones ao conflito russo-ucraniano. A União Europeia impôs sanções contra Bagheri por seu papel em apoiar a Rússia, incluindo congelamento de bens e proibição de viagens. Com ironia característica, Bagheri reagiu publicamente às sanções da UE dizendo: “Dou permissão para confiscarem todos os meus bens e usá-los para comprar carvão para os cidadãos europeus diante do inverno difícil que se aproxima.”
Essas ações mostram um personagem que não apenas influenciava estratégias militares e políticas internas e externas do Irã, mas também desafiava diretamente potências globais através de declarações e posicionamentos firmes — um reflexo da tensão constante entre Teerã e o Ocidente nas últimas décadas.
Legado e Impacto
Mohammad Bagheri deixou um legado marcante no cenário militar iraniano, influenciando profundamente as estratégias de defesa e a organização das Forças Armadas do Irã. Como chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, ele foi uma peça-chave na modernização e expansão dos recursos militares do país, especialmente em tecnologia de mísseis balísticos e drones — áreas que se tornaram pilares da estratégia de dissuasão iraniana.
Sua carreira militar, iniciada durante a Guerra Irã-Iraque, o moldou como um especialista em inteligência militar e guerra irregular, atributos que aplicou para fortalecer a segurança interna e estender a influência regional do Irã. Bagheri era reconhecido não apenas por sua capacidade estratégica, mas também pelo papel central que desempenhou na coordenação entre diferentes setores militares, incluindo os Guardas Revolucionários.
Além disso, seu impacto transcendeu as fronteiras do Irã ao envolver-se nas operações internacionais da região, como na Síria e no apoio à Rússia com tecnologia bélica. Essa atuação mostrou-se decisiva para o fortalecimento das alianças militares iranianas em contextos geopolíticos complexos.
Apesar das sanções internacionais e polêmicas que cercaram sua figura, Bagheri manteve uma postura firme de resistência, o que consolidou seu status como símbolo da resiliência militar iraniana. Seu legado é frequentemente citado por especialistas como exemplo de liderança estratégica num ambiente de constantes desafios políticos e militares.
“Bagheri personificou a combinação entre tradição militar e inovação tecnológica que define a moderna defesa iraniana.”