Cláudio Lembo foi uma figura importante na política de São Paulo. Ele nasceu em 1934 e deixou um legado marcante. Seu trabalho como governador e vice-governador mostra sua dedicação a mais de seis décadas.
A Secretaria de Comunicação de São Paulo confirmou seu falecimento. O político dedicou sua vida à política e à academia. O governador Tarcísio de Freitas decretou três dias de luto oficial.
Advogado formado pela Universidade de São Paulo em 1958, Lembo uniu carreira acadêmica à política. Professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie, seu nome é conhecido por formar muitos juristas. Em 2006, enfrentou os ataques do PCC que chocaram São Paulo.
Seu casamento de mais de 60 anos com Renéa e sua atuação no PSD desde 2011 completam sua história. Desde os anos 1960, ele ocupou cargos importantes, como diretor do Banco Itaú e secretário municipal.
A trajetória política de Cláudio Lembo no cenário brasileiro

Desde o começo, Cláudio Lembo se dedicou à política e ao Brasil. Seu primeiro cargo foi em 1975, na Secretaria de Negócios Extraordinários de São Paulo. Ele trabalhou com Olavo Setúbal, aprendendo a misturar teoria jurídica com prática administrativa.
Os primeiros passos na política
- Em 1978, concorreu ao Senado Federal pelo Arena.
- Em 1985, foi Secretário de Negócios Jurídicos na gestão de Jânio Quadros. Chegou a ser interino da prefeitura de São Paulo.
- Em 1989, tentou a vice-presidência da República.
Filiação partidária e ideologias
Cláudio Lembo sempre foi centro-liberal. Pertenceu a Arena, MDB, PFL e PSDB. Ele defendeu liberdade econômica e defesa institucional. Em 2017, criticou a operação Lava Jato, pedindo justiça equilibrada para o Brasil.
Principais cargos públicos ocupados
Em 2006, foi governador interino de São Paulo. Foi um momento crítico, com a crise de segurança “Salve Geral”. Seu currículo inclui:
- Secretário municipal (1975–1989)
- Assessor no Ministério da Educação durante o governo Sarney (1985–1986)
- Vice-governador de São Paulo (2003–2007)
Essas experiências moldaram sua carreira. Ela sempre buscou equilibrar princípios jurídicos com a realidade do Brasil em mudança.
Da advocacia à vida pública: a formação jurídica de Lembo
Claudio Lembo se formou em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade de São Paulo (USP) em 1958. Ele começou a trabalhar como advogado em 1959. Depois, fez um doutorado em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Essa instituição foi muito importante para ele ao longo dos anos.
- Professor titular de Direito Constitucional na Mackenzie desde 1975;
- Reitor da universidade entre 1997 e 2002, período em que consolidou seu diálogo entre teoria e prática política;
- Diretor de Assuntos Legislativos do Banco Itaú (1962–1997), onde aprimorou habilidades para equilibrar interesses públicos e privados.
A formação jurídica de Lembo foi essencial para sua carreira. Ela ajudou não só como advogado, mas também na visão de governança. Em São Paulo, sua experiência na academia e no setor privado foi crucial para suas decisões em cargos públicos. Sua experiência no Itaú e na academia o prepararam para ser um líder que combina conhecimento técnico com ação prática.
Como professor, Lembo ensinou muitos estudantes. Sua militância em instituições como o Instituto dos Advogados de São Paulo mostrou seu compromisso com a ética. Sua formação em várias áreas fez dele um gestor público eficaz. Ele buscava soluções baseadas em princípios constitucionais e em diálogo institucional.
Cláudio Lembo no governo de São Paulo: desafios e realizações
Em abril de 2006, Cláudio Lembo se tornou o governador de São Paulo. Ele assumiu o cargo após Geraldo Alckmin deixar para concorrer à presidência. Seu mandato, que durou até janeiro de 2007, foi marcado por decisões rápidas e uma visão crítica da sociedade.
Suas experiências como vice-governador e professor influenciaram sua gestão. Ele buscava um equilíbrio entre a necessidade de agir rápido e a importância de pensar bem nas decisões.
A transição para o cargo de governador
A posse de Lembo gerou expectativas sobre como ele continuaria o trabalho de Alckmin. Com 71 anos, ele trazia anos de experiência. Desde secretário municipal na década de 1970 até reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Suas passagens pelo DEM e fundação do PSD também moldaram suas prioridades. A transição exigiu alianças políticas para resolver crises imediatas.
Enfrentamento da crise de segurança em 2006
“A casa grande e a senzala… O Brasil precisa reconhecer o drama de suas desigualdades.” – Cláudio Lembo, em entrevista à Folha de S.Pulo, 2006
Em maio de 2006, os ataques do PCC exigiram a declaração de estado de emergência por parte de Lembo. Ele ligou a violência à desigualdade social. O governador pressionou as forças de segurança e propôs debates sobre justiça social.
Ele criticou a burguesia, sugerindo que ela deveria contribuir para a educação e empregos. Sua fala refletia sua visão de justiça social.
Políticas públicas implementadas durante sua gestão
- Plano de combate à violência com reforço de polícias
- Investimentos em saúde pública com 15 novos hospitais regionais
- Programa de formação de professores em áreas carentes
Apesar do curto mandato, Lembo deixou marcas importantes. Ele criou o Fundo Social de São Paulo. Suas críticas às desigualdades enfrentaram resistências. Sua gestão refletiu sua busca por justiça social, mesmo com limitações orçamentárias e políticas.
O pensamento político e as contribuições acadêmicas do ex-governador
Cláudio Lembo deixou um legado intelectual marcante. Ele foi um advogado e político. Sua visão sobre a era crítica à “democracia de fachada”.
Ele disse em entrevista: “Estou muito triste com o nível de civilização do nosso País agora”.
“É uma democracia frágil, de fachada, o que é lamentável. Vivemos uma grande farsa”, disparou o jurista em discurso proferido em 2015.
Como professor de Direito Constitucional na Universidade de São Paulo, Lembo uniu teoria e prática. Seus ensinamentos, publicados em obras como Democracia e Poder Judiciário, analisavam a relação entre Estado e sociedade. Seu trabalho no Instituto dos Advogados de São Paulo, desde 1969, consolidou-o como referência em debates jurídicos.
- Análises sobre a independência do Judiciário
- Criticas às desigualdades estruturais do Brasil
- Estudos sobre conflitos entre elites e cidadãos
Em palestras, Lembo defendia que a não poderia ser dissociada dos princípios jurídicos. Sua obra O Estado de Direito no Século XXI aborda como as instituições precisam superar a “instrumentalização” por interesses partidários. Essa coerência entre discurso e prática tornou-o figura emblemática na academia e na vida pública.
Suas reflexões sobre a “farsa” democrática e o papel do em defender valores republicanos permanecem tema de estudos. Seu legado, como membro do IASP, inspira debates atuais sobre ética e governança.
O adeus a um nome importante da política paulista: últimas homenagens
O corpo de Cláudio Lembo foi velado na Assembleia Legislativa de São Paulo. Amigos e colegas se despediram dele. O sepultamento foi no Cemitério do Araçá, com escolta da Polícia Militar.
O governador Tarcísio de Freitas decretou três dias de luto oficial no estado.
O presidente Lula falou sobre Lembo como “símbolo de Política com P maiúsculo”. Ele reconheceu sua capacidade de diálogo, mesmo com diferenças ideológicas. Gilberto Kassab falou sobre sua integridade.
O MDB e o PSDB homenagearam Lembo, destacando sua atuação na segurança pública. Eles lembraram de seu papel no combate à violência em 2006.
A Faculdade de Direito da USP lamentou a perda de Lembo. Eles o viram como um “referencial para a comunidade acadêmica”. Sua passagem pelo Mackenzie e contribuições ao direito mostram seu legado.
Cláudio Lembo deixou um legado marcado por seu engajamento com a democracia. Suas decisões durante a crise de 2006 são tema de análise. Elas mostram seu compromisso com a segurança e gestão pública.
Sua vida reflete uma trajetória que une compromisso institucional e respeito às instituições. Suas ações e reflexões continuarão inspirando discussões sobre liderança na política brasileira.