Este artigo explora a vida e a carreira de Amir Ali Hajizadeh, comandante das Forças Aeroespaciais do IRGC até sua morte em 2025. Abordaremos suas ações controversas, incluindo sua responsabilidade pela queda do Voo 752 da Ukraine International Airlines, suas operações militares como a Operação Promessa Verdadeira contra Israel, além das sanções internacionais impostas a ele. Conheça também sua influência no cenário militar iraniano e seus eventos mais marcantes, sempre de forma clara e interessante.
Quem é Amir Ali Hajizadeh?
Amir Ali Hajizadeh foi uma figura central na história militar recente do Irã, conhecido principalmente por seu comando nas Forças Aeroespaciais do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC). Nascido em 28 de fevereiro de 1962, em Teerã, ele trilhou uma carreira marcada por sua visão estratégica e papel decisivo em operações militares que marcaram a política regional.
Hajizadeh destacou-se não só como um comandante, mas como um estrategista que compreendia profundamente a importância do desenvolvimento de tecnologias avançadas de mísseis. Ele mesmo declarou que os mísseis com alcance de até 2.000 km foram projetados para garantir que o Irã pudesse atingir seus inimigos “de uma distância segura”. Essa característica revela sua abordagem voltada para o uso dissuasório da força militar.
Uma das controvérsias mais marcantes envolvendo Hajizadeh foi o abatimento do voo 752 da Ukraine International Airlines, em janeiro de 2020, quando duas armas terra-ar disparadas pelo IRGC derrubaram o avião iraniano, resultando na morte de 176 pessoas. Apesar da negação inicial das autoridades iranianas, Hajizadeh assumiu a responsabilidade pública pela tragédia dias depois — um episódio que gerou ampla repercussão internacional.
Além disso, ele foi alvo de sanções internacionais dos Estados Unidos, Canadá e União Europeia por seu envolvimento no fornecimento de armamentos a aliados regionais e sua participação em operações aéreas contra Israel em 2024. Sua postura firme e até ameaçadora contra líderes estrangeiros, incluindo declarações sobre ex-dirigentes dos EUA, reforça seu perfil como um líder militar combativo e controverso.
Em resumo, Amir Ali Hajizadeh é lembrado como uma figura complexa: um comandante militar influente cujas ações moldaram significativamente a estratégia aeroespacial iraniana, mas também geraram controvérsias profundas e consequências trágicas.
O papel de Hajizadeh nas Forças Aeroespaciais do IRGC
Amir Ali Hajizadeh não foi apenas um comandante qualquer dentro das Forças Aeroespaciais do IRGC (Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã). Ele liderou com uma visão estratégica e ousada, e sua influência mudou o jogo militar iraniano no espaço aéreo e na guerra de mísseis.
Como chefe das Forças Aeroespaciais a partir de 2009, Hajizadeh comandou o desenvolvimento e aprimoramento do arsenal balístico iraniano. Ele destacou que os mísseis tinham um alcance de até 2.000 km para atingir inimigos à distância segura
, o que mostra como ele via a importância de manter o Irã protegido e pronto para responder rapidamente a ameaças regionais.
Além disso, Hajizadeh foi uma figura central na modernização tecnológica das forças aéreas iranianas. Sob seu comando, equipamentos como drones avançados (como os Shahed 136 e Mohajer 6) foram integrados ao arsenal, possibilitando ataques mais precisos e eficazes. Essa modernização não só fortaleceu as capacidades defensivas do Irã, mas também permitiu que o país apoiasse seus aliados na região — algo que ele mesmo comentou abertamente sobre o fornecimento armamentista a grupos em Gaza, Líbano, entre outros.
Vale destacar que sua liderança não foi isenta de controvérsias. Ele assumiu total responsabilidade pelo trágico abate do voo comercial da Ukraine International Airlines em 2020, o que afetou fortemente a imagem internacional da Força Aérea do IRGC.
Por fim, Hajizadeh personificava uma mistura perigosa de estratégia militar rigorosa com um discurso agressivo contra adversários regionais e globais — incluindo ameaças diretas a líderes internacionais. Seu papel nas Forças Aeroespaciais do IRGC ficou marcado por essa combinação explosiva entre poder militar crescente e postura combativa.
Operação Promessa Verdadeira: ataques contra Israel
Sob o comando de Amir Ali Hajizadeh, as Forças Aeroespaciais do IRGC desenvolveram estratégias agressivas e precisas para ampliar o alcance e o impacto de seus ataques, especialmente contra alvos israelenses. A chamada Operação Promessa Verdadeira marcou um dos momentos mais tensos na escalada entre Irã e Israel, exemplificando a capacidade operacional das forças sob seu comando.
Essa operação foi caracterizada por uma série de ataques coordenados com mísseis balísticos e drones, projetados para atingir infraestruturas militares e estratégicas israelenses. Hajizadeh, com sua visão aguçada para a guerra assimétrica, enfatizou a importância do uso combinado de tecnologia de ponta e táticas surpreendentes. Ele acreditava que a dissuasão se fazia não apenas pelo poder bruto, mas pela precisão cirúrgica e pela capacidade de causar efeitos psicológicos profundos no adversário.
Algumas curiosidades sobre essa operação incluem:
- Utilização inovadora de drones: Os drones usados foram equipados com tecnologia avançada para penetrar sistemas de defesa aérea que até então pareciam impenetráveis.
- Ataques em múltiplos fronts: Não focaram apenas em um alvo único, mas sim em várias posições simultâneas para sobrecarregar as defesas israelenses.
- Comunicação estratégica: A operação também teve um forte componente de guerra eletrônica, interferindo nas comunicações inimigas durante os ataques.
Apesar da eficiência militar demonstrada, a Operação Promessa Verdadeira também gerou controvérsias internacionais por aumentar ainda mais a tensão na região do Oriente Médio. Foi uma demonstração clara da influência que Amir Ali Hajizadeh exercia sobre as ações militares iranianas, antecipando os desafios que enfrentaria em episódios seguintes como a queda do voo 752 da Ukraine International Airlines.
Queda do Voo 752 da Ukraine International Airlines
Um dos momentos mais controversos e marcantes na carreira de Amir Ali Hajizadeh foi a tragédia envolvendo o voo 752 da Ukraine International Airlines, abatido em janeiro de 2020. Essa tragédia ocorreu em um cenário de tensão máxima entre Irã e Estados Unidos, poucos dias após o assassinato do general Qasem Soleimani por um ataque americano.
O voo 752 partiu do Aeroporto Internacional Imam Khomeini, em Teerã, com destino a Kiev, quando foi derrubado por mísseis iranianos pouco após a decolagem. O avião foi confundido com uma ameaça militar pelos sistemas das Forças Aeroespaciais do IRGC, sob comando direto de Hajizadeh. O incidente resultou na morte de todas as 176 pessoas a bordo.
Este episódio expôs uma série de falhas graves no sistema de defesa aérea iraniano — desde erros humanos até problemas técnicos — que levaram ao disparo dos mísseis. Inicialmente, houve uma tentativa oficial de negar o envolvimento das forças iranianas, mas diante das evidências internacionais, o governo teve que admitir sua responsabilidade.
Hajizadeh se viu no epicentro das críticas nacionais e internacionais pela condução das operações militares naquele momento tão delicado. Muitos questionaram se houve excesso de zelo ou falta de preparo diante da ameaça percebida.
Esta tragédia não só abalou a imagem das Forças Aeroespaciais sob seu comando como também gerou impacto político profundo dentro do Irã e nas relações exteriores do país. É um capítulo sombrio que marcou sua carreira e é frequentemente lembrado ao discutir seu legado.
Sanções internacionais e controvérsias
Amir Ali Hajizadeh, como comandante das Forças Aeroespaciais do IRGC, esteve no centro de diversas sanções internacionais, reflexo direto de seu papel em operações militares controversas e sua influência na política regional.
Em 2019, os Estados Unidos impuseram sanções a Hajizadeh, congelando seus ativos nos EUA e proibindo qualquer pessoa ou empresa americana de fazer negócios com ele. Essa medida visava restringir sua capacidade de financiar e coordenar ações consideradas ameaças à segurança internacional. Em setembro de 2022, o Canadá seguiu o mesmo caminho, adicionando Hajizadeh à sua lista de sanções autônomas como resposta às repressões internas no Irã durante os protestos pela morte de Mahsa Amini.
Além disso, a União Europeia também sancionou Hajizadeh em novembro de 2023 por facilitar o envio de veículos aéreos não tripulados (UAVs), como os Shahed 136 e Mohajer 6, para a Rússia usar na guerra contra a Ucrânia. Essas transferências ampliaram ainda mais as controvérsias em torno dele, colocando-o na mira da diplomacia ocidental.
Essas sanções refletem não apenas o impacto das ações militares comandadas por Hajizadeh, mas também as tensões geopolíticas que envolvem o Irã e seus aliados. Sua figura é frequentemente associada a uma postura agressiva, especialmente depois do incidente da queda do voo 752 da Ukraine International Airlines — episódio que agravou sua reputação internacional.
No meio dessas controvérsias, Hajizadeh mantinha um discurso firme sobre defesa e resistência iraniana, o que alimentava tanto apoio interno quanto críticas severas no exterior. Tal dualidade só reforça seu legado conturbado e complexo dentro da história militar iraniana.
As declarações polêmicas e ameaças de Hajizadeh
Amir Ali Hajizadeh não era apenas um líder militar iraniano influente, mas também uma figura conhecida por suas declarações fortes e, muitas vezes, polêmicas. Suas falas públicas frequentemente reforçavam a postura agressiva do Irã na arena internacional, especialmente contra países considerados adversários.
Em fevereiro de 2023, Hajizadeh causou grande repercussão ao anunciar que o Irã havia desenvolvido um míssil de cruzeiro com alcance de cerca de 1.650 quilômetros. Mais chocante ainda foi sua ameaça explícita contra figuras políticas dos Estados Unidos: ele declarou que buscava matar o ex-presidente Donald Trump e o ex-secretário de Estado Mike Pompeo, além de comandantes militares envolvidos na ordem para matar o general Qasem Soleimani. Essa fala não só aumentou as tensões entre Irã e EUA, como também elevou a percepção global sobre a agressividade da liderança militar iraniana.
Além disso, Hajizadeh justificava abertamente o apoio militar do Irã a aliados regionais, destacando como essa ajuda fortalecia grupos em Palestina e Líbano. Em um discurso transmitido em 2023, ele afirmou: “até pouco tempo atrás, sua única defesa eram pedras; hoje eles se defendem com foguetes e têm armas avançadas.” Essas declarações simbolizam sua visão estratégica sobre o apoio iraniano em conflitos regionais.
Por fim, seu papel nas operações aéreas contra Israel em 2024 também foi marcado por discursos desafiadores e esperançosos para continuar ações militares contra o país, mostrando que suas palavras buscavam impactar tanto aliados quanto inimigos no cenário geopolítico do Oriente Médio.
Reconhecimentos e prêmios: O título da Ordem de Fath
Um dos reconhecimentos mais importantes na carreira militar de Amir Ali Hajizadeh foi a concessão da Ordem de Fath em 2024, um prêmio concedido pelo líder supremo do Irã, Ayatollah Ali Khamenei. Esse título é uma das honrarias mais elevadas destinadas a militares no Irã, destinado a celebrar feitos extraordinários em defesa da pátria e no fortalecimento das capacidades militares do país.
A Ordem de Fath — que significa “conquista” em persa — simboliza não apenas uma vitória estratégica ou tática, mas um reconhecimento oficial da dedicação, liderança e impacto decisivo nas operações das Forças Aeroespaciais do IRGC sob o comando de Hajizadeh. O prêmio veio justamente após as operações aéreas iranianas contra Israel em 2024, operações essas que Hajizadeh liderou com grande destaque e que marcaram uma nova fase nas dinâmicas militares regionais.
Receber essa condecoração não é só um símbolo de prestígio pessoal para Hajizadeh, mas também fortalece sua imagem como um dos pilares da estratégia militar iraniana contemporânea. É um selo oficial que o coloca como figura central na narrativa nacionalista do Irã sobre resistência e autossuficiência militar.
Além disso, a Ordem de Fath reforça o papel de Hajizadeh como ícone para seus seguidores dentro do país — um líder que não só promete ameaças retóricas contra inimigos externos, como Trump e Pompeo, mas que também demonstra capacidade operacional nas ações bélicas. É nesse contexto que o título se torna parte essencial para entender seu legado militar e sua influência dentro das forças armadas iranianas.
Legado e influência de Amir Ali Hajizadeh
O legado de Amir Ali Hajizadeh transcende sua atuação como comandante das Forças Aeroespaciais do IRGC, refletindo uma profunda influência militar, política e estratégica no Irã e na região do Oriente Médio. Seu papel foi decisivo para o desenvolvimento e modernização do arsenal balístico iraniano, sobretudo com a ênfase em mísseis de longo alcance — uma estratégia que ele próprio explicou como forma de manter os inimigos a uma distância segura.
Hajizadeh é frequentemente lembrado por sua habilidade em combinar inovação tecnológica com táticas militares precisas, tornando as Forças Aeroespaciais do IRGC uma potência relevante na defesa e projeção de poder iraniana. Seu comando durante operações controversas, como os ataques contra Israel em 2024, deixou marcas profundas na dinâmica regional, reforçando seu status como um dos principais estrategistas militares iranianos da sua geração.
Além disso, Hajizadeh teve papel central no suporte aos aliados do Irã no Oriente Médio, particularmente na transferência e fornecimento de armas avançadas para grupos em países como Palestina e Líbano. Essa política ampliou a esfera de influência iraniana, contribuindo para a complexidade dos conflitos locais.
Apesar das controvérsias que cercam sua carreira — incluindo a trágica queda do voo da Ukraine International Airlines em 2020 — seu impacto é inegável. Como líder militar premiado com a Ordem de Fath, seu nome está associado tanto à defesa nacional quanto à postura agressiva que marcou o Irã nas últimas décadas. Sua morte em 2025 encerrou um ciclo estratégico que moldou parte significativa da história militar recente do país, deixando um legado difícil de ser ignorado.